P. Riscada

P. Riscada
Pedra Riscada, um gigante de Minas

Ipê

Ipê
Paisagem com ipê florido

Paisagem com cáctus

Paisagem com cáctus
As grandes montanhas, as serras , os vales

Torre

Torre
A santa cruz do Norte

sábado, 9 de junho de 2012

Entrevista com o deputado federal José Silva

Renato Teixeira em entrevista ao deputado Zé Silva. Foto: Mário da Emater
O deputado federal José Silva, PDT/MG, concedeu uma entrevista a Renato Alves Teixeira, do blog Mundo das Montanhas, na tarde do dia 08/06/2012. Na entrevista, ele falou sobre o Código Florestal, da ética política e de seus projetos para Ataléia e região, entre outros assuntos. Confira a íntegra da entrevista: 





MMBoa tarde, deputado Zé Silva. Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que é uma honra podermos contar com a sua ilustre presença em nosso blog e aproveitamos a chance para parabenizá-lo pela notável participação em diversos programas, visando ao desenvolvimento rural sustentável, assim como em outros programas de igual importância.
Deputado Zé Silva: Olha, Renato, eu é que quero agradecer a oportunidade de estar falando no seu blog, falando aos seus seguidores aí, que acessam, acompanhando as notícias, as informações.  Eu tenho uma ligação muito especial com Ataléia. Conheço as comunidades rurais, conheço a cidade, todos os desafios daqui. Tive uma votação muito expressiva e, com isso, eu fico muito honrado e também com um compromisso muito grande com a cidade, com a região. E pode ter certeza que no Congresso Nacional, eu presidindo lá a Sub-comissão de Agricultura Familiar e Extensão Rural e Energias Renováveis poderei, sim, estar trabalhando muito para o desenvolvimento sustentável daqui.
MM. O senhor esteve à frente da EMATER/MG no período de 2003 a 2010, destacando-se pelo trabalho sério e inovador. Deixou a função, ao eleger-se deputado federal pelo PDT/MG, mas continua a trabalhar pela justiça social e o desenvolvimento no campo e também na cidade. De que forma o senhor tem atuado como parlamentar, representante do leste de Minas, para canalizar recursos e fortalecer as bases das organizações sociais de nossa região?
 Zé Silva: Primeiramente, eu cheguei ao Congresso Nacional para defender uma transformação social do país a partir do campo. Nós fomos analisar o modelo de desenvolvimento  que o país adotou. Todas as conquistas sociais, como energia, estradas, locais para a prática de esportes, internet, estão na cidade. E, com isso, eu quero fazer esta transformação, dando ao campo estes mesmos direitos sociais que as cidades conquistaram. Lá, além de presidir a Sub-comissão da Agricultura Familiar, eu presido também a Frente Parlamentar de Extensão Rural  e já apresentei inúmeros projetos para garantir que a nossa região aqui do Vale e toda Minas Gerais tenha a oportunidade de levar estes benefícios que a cidade já tem, sem esquecer da própria cidade. Uma transformação social a partir do campo. Como por exemplo, estou propondo a criação do PAC rural. PAC é o programa de aceleração  do crescimento e é uma maneira do poder executivo,  da presidenta Dilma, mostrar a decisão política e garantir os recursos. Como o presidente Lula já lançou o PAC dos estádios, das rodovias, eu estou propondo o PAC Rural com recursos a partir do petróleo. O Brasil é uma grande potência para extrair petróleo do fundo do mar. Eu quero que  parte desses recursos venha  para  o desenvolvimento das tribos, das comunidades rurais, das pequenas cidades, especialmente para o desenvolvimento rural  sustentável.
MM: Ataléia e outras pequenas cidades vizinhas têm na pecuária leiteira e de corte sua principal fonte econômica. O senhor vê uma possibilidade de mudança neste cenário, ou seja, existiria, de fato, outras alternativas econômicas para Ataléia e circunvizinhança, gerando assim, empregos e desenvolvimento?
Zé Silva: Tem, com certeza. Nós sabemos deste potencial e inclusive da localização estratégica de Ataléia em relação ao Espírito Santo. Eu estou em uma parceria com os parlamentares aqui do Espirito Santo, que é vizinho nosso aqui de Ataleia, especialmente o dr. Jorge Silva, no sentido de criar alternativas, como por exemplo,  o beneficiamento das frutas. Aumentar a produção com projeto de irrigação inovador, onde temos  um canal de ligação rápida com Vitória, que é a capital capixaba. Para isso eu estou trabalhando  a questão dessa  ligação asfáltica entre os dois estados. Estou trabalhando também com Mário e também com as lideranças das associações rurais no sentido de trazer patrulhas agrícolas para os produtores poderem produzir com mais facilidade e aumentar a renda. E também sabemos que a região tem a produção de pedras preciosas e semi-preciosas. Estou trabalhando via Ministério do Trabalho , junto ao ministro Brizola Neto, nosso colega de partido, no sentido de investir recursos aqui na capacitação, no beneficiamento dessas pedras para agregar valores.  Com isto estaremos oferecendo à juventude mais oportunidades de trabalho e renda.
MM: Além da falta de investimento adequado no setor rural, as áreas de saúde e de educação em Ataléia também sofrem por falta de recursos e investimentos e sempre são negligenciadas como na maioria das cidades brasileiras. Como o senhor vê esse problema e o que tem feito em prol desses setores em Ataléia?
Zé silva: Primeiramente, eu sei que a saúde aqui é um grande desafio. Eu vi aqui com a direção da associação que cuida da saúde e sei das dificuldades. Sei, inclusive, que não estão atingindo os valores do teto de R$36.000,00 por mês, do SUS. Já conversei com o secretário de Estado da Saúde que estará enviando um técnico para analisar esta situação e ver junto à Secretaria de Estado da Saúde como poder estar melhorando a saúde aqui do município. E também me coloquei à disposição da associação, no sentido de depois do diagnóstico da Secretaria de Estado da Saúde, de poder levar o fato para o Ministério da Saúde, a fim de estar buscando, inclusive, equipamentos.  Já destinei uma ambulância aqui para a cidade para poder estar melhorando o transporte das pessoas que precisarem. Coloquei um carro também para o PSF lá de São Miguel  e tenho certeza que isso vai poder ajudar a melhorar a vida das pessoas.  Mas a questão é estrutural. O que precisa na verdade é de melhorar a infra-estrutura de atendimento e o capital de giro que é preciso todos os meses aqui.  E o caminho em que estou trabalhando é com o secretário de Estado de Saúde.   
MM: Deputado, estamos vivendo um momento de grande preocupação com relação ao tema da sustentabilidade. Teremos ainda neste mês  de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento sustentável, chamada de Rio + 20. Ao mesmo tempo, ambientalistas e ruralistas travam uma batalha no congresso para aprovar o novo Código Florestal Brasileiro e esse debate se estende a toda a sociedade. Como o senhor enxerga a cara desse novo código florestal a ser estabelecido e  quais são os pontos que não poderiam deixar de ser aprovados em sua elaboração?
Zé Silva: Bem, eu sou agrônomo, sou extensionista, filho de agricultor e falo com legitimidade deste tema. Hoje, inclusive, eu faço parte da Comissão Especial do Congresso Nacional, da Câmara e do Senado, que analisa os vetos da presidenta Dilma e a medida provisória que ela mandou para a Câmara, para o Congresso Nacional, em relação ao Código Florestal. Primeiro, eu analiso como positivo o atual Código Florestal que foi aprovado e vetado em parte pela presidente Dilma. Por que positivo? Nós tínhamos mais de 16 mil leis, regulamentos que os fiscais poderiam estar analisando ao olhar o planejamento das atividades agrícolas. Nosso grande desafio é produzir alimentos, pois tem muita gente ainda passando fome, e ao mesmo tempo garantir a preservação do meio ambiente. Alguns pontos eu quero analisar: o código florestal , primeiro, garante esse equilíbrio entre preservação e sustentabilidade. Segundo ponto: o que a gente quer é que quem ganha mais, paque mais impostos e quem ganha menos, pague menos. Assim foi a filosofia do Código Florestal. Aquele que tem área maior vai ter que preservar mais, aquele que tem área menor, vai preservar menos. Isto é uma conquista. Outro ponto fundamental é você poder somar a área de preservação permanente para se chegar a 20% da reserva legal. Então com isto, a APP, área de preservação permanente, mais os córregos, rios e nascentes, junto com as reservas irão somar 20%. E essas áreas de preservação permanente não poderão passar a 10% da propriedade. Então, eu creio que estamos tratando de uma forma diferenciada os pequenos agricultores, os agricultores familiares. Uma informação interessante, Renato, é que hoje 90% dos produtores do Brasil são com propriedades  até 4 módulos fiscais. Então, por isso, nossa avaliação positiva do código Florestal. Outro ponto fundamental é que você também vai garantir que o produtor rural que preservar e que fizer o seu cadastro ambiental rural, que vai ser feito na prefeitura, durante 5 anos não vai poder ser multado. Então a gente está atendendo por um lado a preservação, pois  vão ter que recompor as margens dos córregos, e ao mesmo tempo  terá  continuidade a produção de alimentos.       
MM: Vivemos hoje uma crise de credibilidade com relação a muitos políticos, sejam eles do executivo ou do legislativo. Muitos escândalos de corrupção são estampados com freqüência nas manchetes dos principais veículos de comunicação do país. O senhor teve uma votação expressiva no estado de Minas Gerais e também em nossa cidade. Em sua opinião, o que contribui para o sucesso eleitoral de um político e o que ele deve ou  não deve fazer para continuar angariando a confiança do eleitor?
Zé Silva: Primeiramente, a nossa votação foi um resultado de muito trabalho. Resultado do trabalho em equipe, resultado das parceiras e de projetos que nós desenvolvemos em Minas Gerais junto às comunidades rurais, as associações. A política, eu afirmo que é sagrada. Ela é boa, agora, depende de quem faz. E nós chegamos para fazer essa boa política com o princípio da ética, da moralidade, da transparência, e especialmente levando em consideração os interesses coletivos.  Para mim, o político tem de fazer política construída com a sociedade, respeitando os princípios do tratamento dos recursos públicos. Então, no meu ponto de vista, os políticos precisam, primeiro, levar em consideração os princípios da ética, da moralidade, da transparência, da aplicação dos recursos públicos e especialmente construir e implementar as políticas com a sociedade e não fazer a política a partir dos gabinetes. Então, eu acho que isso é um pouco do que nos levou a ter uma votação expressiva em mais de 90% dos municípios de Minas Gerais e com um mandato sintonizado com as demandas da sociedade, com a demanda das redes dos extensionistas, dos agricultores, pastoral das crianças, pescadores artesanais, da juventude rural, que nos colocou no Congresso Nacional. 
MM: O Mundo das Montanhas agradece pela entrevista e pede ao deputado Zé Silva que fale à sociedade de Ataléia sobre seus projetos, seus planos para o município, sobretudo para o setor rural, e deixa o espaço para suas considerações finais.   
 Zé Silva: Primeiro, eu quero deixar que meu maior compromisso com Ataléia, que eu firmei durante a campanha, é o de ser um deputado  que esteja honrando a confiança de vocês no Congresso Nacional, propondo leis, votando ou não votando leis que sejam do interesse da maioria. E ser um deputado mais com uma visão republicana, para fazer projetos de leis que possa ajudar a vida das pessoas. Como eu disse inicialmente, eu pretendo apoiar os projetos de inclusão produtiva ligadas aos agricultores, apoiar os projetos da cidade na área da saúde, da educação. Eu tenho uma preocupação muito grande aqui, por ser uma área de fronteira, com a juventude. Fazer projetos de inclusão que dê emprego, renda aos estudantes e à juventude para que não possibilite a eles de entrar em outros caminhos das mazelas sociais. E especialmente com projetos de geração de empregos, geração de renda, melhorar a infra-estrutura dos transportes, das estradas rurais, mas, especialmente, eu quero fazer parte do sonho de Ataléia de querer ser uma cidade cada vez melhor.
MM: Deputado, muito obrigado.
Zé Silva: Eu é que agradeço.   

  

      

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